Correios vão entrar para lista de privatizações, diz ministro.

O ministro Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência, afirmou que os Correios entraram para a lista de estatais que o governo pretende privatizar, a exemplo de outras empresas, como a Casa da Moeda e a Infraero.

Segundo Franco, que acompanha o presidente Michel Temer em sua visita aos Estados Unidos, a venda da estatal está em estudo, mas precisa ser feita “com muito cuidado”. Ele afirmou que a tendência é que os Correios passem a atuar mais diretamente no setor de logística, em vez de se concentrar no monopólio postal.

“A situação financeira dos Correios, pelas informações que o (Ministério do) Planejamento tem e nos passa, é muito difícil. Até porque, do ponto de vista tecnológico, há quanto tempo você não manda telegrama?”, questionou.

No fim de agosto, o próprio governo já sinalizava a possibilidade de, em vez de privatizar a empresa, abrir o seu capital. Mas, agora, o discurso começa a mudar.

A informação ocorre ao mesmo tempo em que sindicatos realizam greve parcial nas agências. Uma das reivindicações é justamente manter a empresa estatizada.

“Somos contrários à privatização. A verdade é que não existe vontade política do governo federal de melhorar a empresa, o que querem é entregar os Correios a preço de banana”, disse José Rivaldo da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect).

O próprio presidente da empresa, o ex-deputado federal Guilherme Campos, filiado ao PSD, já havia adiantado essa possibilidade em maio. “Se nada der certo, os caminhos se estreitam: os Correios podem ser um departamento dentro dos Ministérios das Comunicações; podem entrar novamente numa pauta de privatização”, afirmou.